Tomar: Turismo cultural?
Tomar tem recursos capazes de a transformarem num produto turístico competitivo e bem posicionado no mercado nacional. Quanto a este assunto estamos todos de acordo, como bons tomarenses que somos, amigos e apaixonados pela nossa cidade e sobretudo conscientes da beleza que lhe está inerente.
No entanto, para que a cidade seja considerada como um produto turístico é necessário que existam infra-estruturas, que para além de oferecerem uma melhor qualidade de vida à população, também respondam às necessidades dos turistas que a visitam.
De acordo com os diversos manuais de turismo existentes, um recurso por si só não é um produto turístico.
As infra-estruturas a que me refiro e que, directamente, estão ligadas ao turismo são os acessos, o alojamento, os restaurantes e similares, os transportes, as comunicações e, estendendo um pouco o termo infra-estrutura, a gastronomia, o artesanato, a animação, guias turísticos, pontos de informação turística (pequeno parêntesis: porque é que não existe um ponto de informação turística, relativo à cidade e região, no Convento de Cristo?), para só citar algumas das lacunas existentes.
Tudo isto bem organizado, bem planeado, bem estruturado.
Ora, a nossa autarquia tem apostado no turismo. Pelo menos é isso que transparece nos cartazes que estão à entrada da cidade onde podemos ler Turismo Cultural.
De facto, turismo balnear é que não poderia ser, pois o tão falado “braço de mar” (IC9) da Nazaré ainda cá não chegou.
Mas, pergunto eu, simples cidadã, eleitora e ciente dos meus direitos, onde está o planeamento turístico feito neste sentido?
Sim, porque não é só informando as pessoas no portão de entrada da cidade que aqui se pode “praticar” Turismo Cultural, que tal acontecerá.
Está mais que provado, e veja-se o exemplo desastroso do Algarve, que nos dias que correm, se queremos produtos duradouros, sustentáveis, com receitas que se prolongarão no longo prazo, temos que recorrer ao planeamento.
Há alguns anos atrás, através de um jornal concorrente, pude ler com agrado, o resultado de um estudo feito neste sentido, encomendado pela Região de Turismo, onde eram dissecadas todas as vertentes turísticas da nossa cidade, e onde cada coisa tinha o seu lugar e a sua função. Desde indicações no sentido da sinalização turística, até à possível funcionalidade de diversos locais públicos. O que foi feito desse estudo? Onde foi aplicado? Será que a sucessiva troca de nomes na presidência desta instituição, tal como noutras, deita para o lixo o trabalho começado pelos seus precedentes? E não poderia de facto haver aqui, neste assunto, uma junção de esforços da parte da autarquia no que se refere a por em prática o planeamento, e da Região na sua função de promotor?
Perguntas sem resposta, por enquanto.
Temos, no entanto, de louvar a autarquia pelo esforço que tem feito, nestes últimos anos, no que toca à dinamização da animação e no embelezamento da cidade (ponto em que tem havido alguma discórdia, mas, que não tem senão a ver com “questão de gostos”).
Mas, estas acções por si só, não têm validade. São apenas uma das rodas da engrenagem que é o turismo. Uma actividade complexa, direi mais, uma amálgama de actividades, que num sistema bem estruturado, bem planeado, funciona e é um óptimo motor para o desenvolvimento económico de uma região.
Sónia